sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
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Em pé: Edson, Quincas, Carlé, Eduardo, Gilson, Marcos, César e Beto. Agachados: Pedro, Buião, Edilson, Gordo, Pedrinho. |
Palmeiras da Cidade Nova: uma página em especial na história do futebol amador de Lagarto.
Quem não já ouviu falar que o futebol é paixão Nacional? Desde criança aprendemos e propagamos esse fascínio. Nesse contexto, Lagarto não fica de fora. Assim, desde cedo também difundimos a velha máxima: o lagartense é apaixonado por esse esporte. No entanto, os papa-jacas incorporam além da magia, o ímpeto acalorado entre elogios e cobranças contundentes com seus representantes. Essa paixão desenfreada pelo futebol é perceptível nos jogos dos seus times profissionais, sejam nos campos ou nas quadras.
Mas, essa influência não está apenas direcionada ao profissionalismo, por anos o futebol amador na cidade foi cenário de grandes públicos, causando um verdadeiro êxodo de torcedores pelos povoados. Entre as equipes que marcaram de maneira positiva o amadorismo em Lagarto, destaca-se o Palmeiras da Cidade Nova. Time que mandava seus jogos no tradicional Galo Assanhado, palco de grandes partidas, onde jogadores de alto nível desfilavam seus talentos para uma torcida entusiasmada.
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Da esquerda para direita. Em pé: Hélio, Quincas, (a saber) Joaldo, Marcos, César, Beto e Edson. Agachados: Viana, Joaldo de Gerson, Zé Antônio, Nino, Pedrinho e Gilson. |
Pelos idos de 1986, surgia em Lagarto o primeiro campeonato organizado pela Liga de Futebol Amador. A partir de então, os clubes foram se organizando, e proporcionando aos amantes do futebol, competições altamente disputadas. Já no primeiro certame o time da Cidade Nova, demonstrou que seria uma pedra no sapato de seus poderosos adversários, alcançando a posição de vice campeão, perdendo a decisão para o Internacional de Zé de Chiquito.
No ano seguinte, o alviverde demonstrou-se mais maduro, mesclando o time com jogadores da casa e de cidades vizinhas, montou um elenco de respeito. Com muito “profissionalismo” trilhou passo a passo sua chegada em mais uma decisão, desta feita, não oportunizando chances para o azar. Em uma noite marcante no Estádio Paulo Barreto de Menezes, o público esteve presente em grande número para aplaudir o mais novo campeão.
Com o título de 1987, o Palmeiras ganhou respeito e notoriedade, assim, a chegada de atletas de outras localidades tornou-se uma constante para formação do time nas seguintes temporadas, oriundos de Tobias Barreto, Poço Verde, Simão Dias, Riachão do Dantas, se somavam aos remanescentes de 86, com a mescla de jogadores da comunidade.
Mesmo com um time em alto nível, o Palmeiras não alcançou êxito nas temporadas seguintes. O jejum durou três amargurados e longos anos. Porém, mesmo sem a conquista de títulos, a torcida esmeraldina tornou-se destaque por se fazer presente nas partidas onde as cores verde e branca marcavam presença.
As angústias e incertezas foram por terra no início da década de 90, em 1991, o time urgiu das cinzas e de maneira heroica deixou os boleiros entusiasmados com um futebol leve, envolvente e decisivo. Assim, a hegemonia do amadorismo em Lagarto voltava para os assanhados do galo, ou melhor, para o Galo Assanhado.
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Palmeiras campeão de 1991 |
A supremacia palmeirense foi estabelecida nos anos seguintes, com as conquistas de 1992* e 1993, tornando-se o primeiro time tetra campeão da cidade. O que fez de crianças, jovens e adultos uma legião de fãs desse time que fez história em nosso município. Ao tratarmos do assunto com desportistas da época, é perceptível o semblante de admiração e alegria em lembrar das tardes de domingo, onde famílias se reuniam para ver o palmeiras jogar.
Seria impossível lembrar do palmeiras sem mencionarmos atletas que marcaram de maneira radiante esse espaço. Uns tornaram-se profissionais, outros, não alcançaram tamanha façanha, porém, ainda estão presentes na memória dos torcedores. Entre eles: Buião, Nino, César, Zitinho, Birrinho, Viana, Zé Antônio, Hernani, José Irineu, Pedrinho, Zé Raimundo. São alguns nomes de um seleto grupo que deixaram suas marcas em nosso futebol. Outro que merece ser lembrado, é o folclórico velocista e massagista, Hélio Rocha. Ao ser chamado para adentrar em campo, sua velocidade em direção ao atleta contundido, chamava a atenção de todos, causando um verdadeiro frisson entre os torcedores a beira do gramado.
Porém, uma equipe vencedora não se faz apenas dentro das quatro linhas, é sabido pelos adeptos do futebol que o extra campo interfere nos resultados. Logo, o Palmeiras foi a maior prova de que uma diretoria coesa e preocupada com os resultados, só poderia influenciar positivamente. Para tanto, é necessário enaltecer com louvor o trabalho de Gilson da farmácia, como é conhecido, homem de personalidade forte, e com punho de aço comandou a equipe por longos anos, criando um espaço de respeito e autenticidade entre os jogadores.
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Da esquerda para direita. Em pé: Gilson da farmácia, Quincas, Carlé, Beto, Marcos, Eduardo, Gilson e César. Agachados: Buião, Pedro, Edilson, Viana e Pedrinho. |
É bem verdade que outras pessoas foram de grande representatividade para a formação desta saga vitoriosa, entre os quais merecem destaques: Jorge Modas, o qual a simplicidade e o carisma são suas marcas registradas, conquistando a admiração de todos a sua volta. E Pedro Vasconcelos, o Pedro da Churrascaria oferecendo seu incondicional apoio em todos os momentos.
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Zé de Emidio e seu filho Adelmo, ao lado de Chico da Farinha. |
Enfim, ao centrarmos nossos olhares para o futebol amador de Lagarto, é inevitável não mencionarmos esse time que marcou e identificou uma geração de desportistas. Hoje, nota-se claramente na comunidade, a falta de interesse pelo resgate de um time que movimentou os finais de semana no povoado e que ainda está fluentemente presente na memória dos dirigentes, jogadores e torcedores. Sem os jogos do Palmeiras, o Galo Assanhado nunca mais foi o mesmo.
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Imagens: acervo de Gilson Nascimento. |
*Em 1992 a
competição não foi organizada pela Liga.
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- Renato Araujo Chagas, graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe.
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2 comentários:
Muito interessante o texto, resgatando as histórias de uma paixão nacional, certamente também de muitos lagartenses. Parabéns, Renato e esperarei sempre novos resgates como esse.
Nossa gente fiquei muito feliz e emocionada quando vi esta reportagem... foi um tempo maravilhoso eu e minha família acompanhávamos todos os jogos do palmeiras era muito bom, era uma alegria só. Parabéns Renato!
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