quinta-feira, 23 de junho de 2022

        

    
    Na última quinta-feira (16), a Comissão Organizadora da 14ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) convocou 320 equipes de todo país para a Grande Final Presencial, que será realizada nos dias 20 e 21 de agosto, em Campinas/SP. Neste ano, mais de 73 mil participantes, divididos em 18118 equipes dos 8º e 9º anos do fundamental e do ensino médio, de escolas públicas e particulares, inscreveram-se para competição.

    A Olimpíada é realizada em seis fases online e a final presencial, com temáticas diferenciadas,significativas e com abordagens muito mais reflexivas do que eles estão acostumados a ver em sala de aula. Assim sendo, ela foi pensada para que os discentes cresçam e amadureçam durante o processo.  Envolvidos por essa auréola de conhecimento é que Sergipe se inclui cada vez mais na competição. Nessa edição, o estado contou com participação de 354 equipes, dentre as quais, 11 foram convocadas para realização da prova final na UNICAMP.

   Se Sergipe avança com resultados positivos na competição, um dos motivos é o forte engajamento do município de Lagarto. Neste ano a cidade estará representada por 10 equipes na fase final. Os alunos finalistas são oriundos do Colégio José Augusto Vieira (CJAV), Colégio Nossa Senhora da Piedade (CNSP), Grupo Escolar Pequeno Príncipe (GEPP) e Centro de Excelência Professor Abelardo Romero Dantas (CEPARD).

        

    Dentre os colégios participantes, o CJAV chega a sua 4ª final consecutiva, desde a sua primeira participação, em 2019, que a Instituição representa com louvor o estado de Sergipe e acumula resultados significativos, já foram 6 medalhas conquistadas. Nesta edição, o colégio participou com 17 equipes (cada equipe é composta por três alunos e o professor orientador), sendo que 4 delas alcançaram a tão sonhada vaga na fase final.

        Sabendo que o passado histórico deve nos mover e não nos deixar apáticos, foi que as equipes: “GUERREIRAS DE JOANA D`ARC”, composta por Ana Laura, Hilana Carvalho e Letícia Oliveira; “ARRETADAS DA HISTÓRIA”, formada por Beatriz Moura, Emilly Lopes e Giselly Silva; “CÓDIGO DE SUCESSO”, constituída por Clara Passos, Karen Tauanne e Letícia Pereira; e as “FÊNICES DA HISTÓRIA”, idealizada por Eduarda Menezes, Rebeca Karoline e Giulia Vitória. Os trios fascinados com a temática abordada ao longo da edição, “A Importância das Mulheres na Sociedade Brasileira”. Descortinaram cada fase com muita destreza, esmero e entusiasmo.

    Vale ressaltar que As Guerreiras de Joana D`arc se consagraram como a melhor equipe de Sergipe nessa edição. Para Ana Laura só mesmo quem está inserido no processo pode compreender os sentimentos que afloram no participante. “Não vou dizer que é fácil, porque exige muito esforço, tempo e paciência, mas vale a pena, eu aprendi muito com a olimpíada e acabei literalmente me apaixonando (risos), e após a pandemia da covid, e de tantas tentativas, conseguir ir pra Campinas é um sentimento mágico, indescritível. É definitivamente a realização de um sonho, que carrego desde 2019, quando fiz pela primeira vez, mas por nenhum momento passou pela minha cabeça ser a primeira equipe do estado. Tanto que até agora nem consigo acreditar, é incrível, eu fiquei tão feliz que quase sai gritando na rua, nem dá pra descrever a sensação, fiquei anestesiada”. As palavras da discente só comprovam o que a competição é capaz de provocar naqueles que verdadeiramente se envolvem em cada etapa.
    Quem também fez história nessa edição da olímpiada foi o Colégio Nossa Senhora da Piedade (CNSP), Instituição que completa 75 anos na vida educacional da cidade. Com uma educação que inspira para a vida, o colégio sempre foi referência em um ensino de qualidade, na propagação de valores e no respeito a cultura regional. Para coroar esse ano apoteótico, o CNSP comemora um feito histórico, a convocação de duas equipes do 9º ano para se somarem aos grandes centros educacionais do Brasil.

        Os alunos que participam da ONHB conhecem efetivamente a importância da história em suas vidas. As mudanças, permanências históricas, a construção do conhecimento e a nova forma de aprendizado foram fatores norteadores para as equipes “CAÇADORAS DE DIANA”, arquitetada por Ana Beatriz, Letícia Vitória e Laura Santos; e “OS PARAFUSOS”, idealizada por Priscila Vieira, Erick Victor e Antônio Neto, se envolvessem como protagonistas do processo. Protagonismo que foi marca das equipes durante todas as fases online.

    Segundo Ana Beatriz integrante da equipe As Caçadoras de Diana, mesmo não percebendo inicialmente a importância da competição, haja vista, sabia muito pouco da mesma em suaprimeira participação, quando aluna do 8º ano.  Passou a perceber a grandiosidade do evento, a partir da maneira que as temáticas são abordadas na prova. As fronteiras da história ensinada e a história crítica fisgaram essa talentosa garota de 14 anos, que afirma: “O modelo dela (prova) foge de toda a pressão que outras olimpíadas trazem e me faz ver a ONHB como uma escapatória de tudo, para investir meu tempo em algo que pode render na minha vida, e, mesmo que eu não passasse das fases iniciais, sairia dessa experiência conhecendo mais sobre vários assuntos”.

        As caçadoras ousaram na fase cinco e levantaram a bandeira da Moda e Sua Influência na Sociedade. Temática que agradou e impulsionou a equipe a última fase da competição, uma surpresa para o trio. “Passar para a final presencial e ainda no fundamental foi algo que eu não acreditei nem por um minuto esse ano. Quando perdemos na nossa primeira vez, senti que não conseguiria mais e preferi neutralizar minhas expectativas. Então foi um choque chegar tão longe dessa vez e significou muito para a equipe como um todo, mas para mim, foi principalmente pela última tarefa. Amo moda e sempre quis fazer algo significativo sobre porque poucos sabem sobre a sua influência em temas sociais e a consideram apenas fútil, então quando surgiu a oportunidade de falar sobre isso, mas em um tema que quase ninguém pensaria em relacionar, fiquei muito grata pela minha equipe ter apoiado a ideia e levado para frente”. Afirma Beatriz.

    Quem corrobora com o sentimento supracitado é Priscila Vieira (talento musical lagartense), acostumada com os palcos, a exemplo da sua participação no último “Canta Comigo Teen da Record TV”, onde se tornou destaque nacional. Para Priscila a ONHB promove uma forma diferente para aquisição de conhecimento, onde o debate, a pesquisa e as reflexões são essenciais para o desenvolvimento pedagógico. “Representar Sergipe na final me gera uma grande mistura de sentimentos. Sinto alegria, orgulho, ansiedade e gratidão. Tenho certeza que essa final me trará diversas lembranças incríveis e inesquecíveis.” conclui a componente da equipe “Os Parafusos”, homenagem ao mais tradicional grupo folclórico de nossas terras.

        Ao longo da edição 2022, esses alunos construíram alicerces para uma caminhada futura. Enfrentaram desafios semanalmente, conciliaram análise de documentos, realizações de tarefas, resoluções de questões, leitura de imagens, e, não obstante, atividades escolares. Viveram freneticamente seis longas semanas, muita das vezes são incompreendidos por tamanho envolvimento. As dificuldades enfrentadas são pequenas diante da oportunidade em representar a nossa cidade em regiões longínquas. Esses jovens ávidos por construírem o futuro do nosso país, levam na bagagem a certeza que foram e são protagonistas da nossa educação e da construção do saber histórico. O conhecimento nos liberta, a empatia nos protege, é chegada a hora de voar. Próxima parada: Campinas, nos encontraremos por lá.

 

1 comentários:

anna disse...

👏👏👏👏👏👏