quarta-feira, 12 de abril de 2017


“Acreditar no sonho alheio, é garantir a esperança de uma conquista futura!”

Ir. Giovana Buarque.

Na última sexta-feira (07), os alunos dos 9º anos, do Colégio Nossa Senhora da Piedade, finalizaram com chave de ouro, uma sequência de trabalhos que tinham como finalidade, resgatar a história do futebol lagartense e consequentemente, valorizar a prática esportiva em nossas plagas.  O trabalho teve como idealizador o professor de Educação Física da Instituição, Anselmo Eduardo. Com compromisso, empenho e dedicação, ele mostrou que é possível romper os muros escolares e conduzir a classe estudantil, a práticas que marcam para a vida.

É sabido que, o futebol é uma paixão nacional, e que os lagartenses também não fogem a regra. Permeados de esperança e fascinados pela realização de um sonho, foi que ao longo de dois meses os professores de Educação Física e História do CNSP, sob a orientação da coordenadora Irmã Giovana Buarque, entraram em campo em uma ousada e destemida proposta pedagógica: resgatando e valorizando o futebol sergipano.

Inicialmente os alunos seriam levados a praças esportivas para confrontar a realidade dos campos de futebol em Sergipe. A primeira praça esportiva a ser visitada, foi o Paulo Barreto de Menezes (Barretão), inaugurado em 1971, e que a muito precisa não de reparos, mas de um reforma ampla para proporcionar ao torcedor esmeraldino, um espaço seguro e confortável. Os alunos ficaram horrorizados com a situação do Estádio, haja vista, muitos nunca haviam adentrado ao espaço, e não tinham conhecimento sobre o trato que era dado ao palco principal da cidade.


Visando ampliar esse olhar no dia (10), os discentes pegaram a estrada e viajaram a capital Sergipana, para conhecerem outros palcos esportivos e a história das duas maiores equipes de futebol do Estado, Confiança e Sergipe. A primeira parada foi no Estádio Lourival Batista, “Arena Batistão”. A recepção ficou por conta do ex-árbitro, Sidrack Marinho, o mesmo contou sua história de vida e seu orgulho em “ser sergipano”. A garotada conheceu os espaços do estádio, uma realidade que deixou todos boquiabertos, vestiários, salas de aquecimento, túneis. Mas, o melhor estava por vir, adentrar ao tapete verde da arena foi uma experiência única para esses garotos e garotas. Sidrack Marinho, muito solicito abriu os portões levando os alunos a uma viagem entre o passado e o moderno.

Encantados pela primeira visita, era chegado o momento de conhecer o CLUB ESPORTIVO SERGIPE e o Estádio João Hora de Oliveira. A visita foi guiada pela memória viva do Clube, o senhor Dida, que com esmero e carinho cuida do memorial da equipe. Um espaço invejável onde o novo se encontra com a nostalgia. Camisas, troféus, imagens, vídeos, faixas, um verdadeira viagem no tempo, em mais de 100 anos de história contada por um torcedor e colaborador da equipe. O salão de festa e a estrutura do Estádio foi apresentado em meio a aplausos e lágrimas. Foi perceptível nas palavras de Dida, o quão importante é o resgate da memória e da cultura de um povo. Para seu Dida, vale a máxima: “um povo sem memória, é um povo sem cultura, é um povo sem história”.


Para finalizar o movimentado dia de visitas, a garotada se dirigiu ao Sabino Ribeiro, ou melhor, “A Caverna do Dragão”.  A história e a estrutura do Gigante Proletário foi apresentada por Fábio, assessor de imprensa da equipe. Da Fábrica de tecidos ao momento atual, uma verdadeira epopeia de conquistas. Em meio a visita, os discentes foram presentados com mais de 80 revistas abordando a trajetória do Dragão. De quebra os garotos vibraram com o treino coletivo do Confiança, em meio aos torcedores do Confiança que dividiam as arquibancadas do simples, bem cuidado e aconchegante, Sabino Ribeiro.


Em meio a tantas descobertas que se descortinaram diante de suas retinas, os discentes não se deram por satisfeitos. Ávidos por novos desafios colocaram a bola na marca da cal, calçaram as chuteiras e vestiram o seus devidos fardamentos para entraram em campo em busca de mais uma gloriosa conquista.

Conhecer as praças esportivas e a histórias das agremiações, ainda era muito pouco para essa turma. Era necessário mostrar aos demais colegas do colégio, a importância da valorização do nosso futebol. Para tanto, foi idealizado um evento que proporcionaria uma viagem no túnel do tempo.

Assim, foram convidados para esse momento pessoas que marcaram o nome de nossa cidade, defendendo as cores de nossa bandeira. Lutando em plagas distantes pelo engrandecimento do futebol papa jaca. Em um mesmo espaço estiveram reunidos representantes da imprensa, da torcida, de profissionais da educação física, do amadorismo e de escolinhas de futebol que trabalham incansavelmente para proporcionar um futuro promissor aos jovens da cidade. A exemplo, da Divinos FC, na pessoa de Alexandre Augusto. Da Geração do Futuro, representada pelo professor Domingos, popularmente conhecido como, Zeinha.


No entanto, a nossa geração de atletas não poderia ficar de fora, era necessário para corroborar com o projeto, um encontro entre alunos e atletas que marcaram a nossa história. Como não vibrar com a presença de Manoel Carlos e Israel, heróis da campanha de 1972? Na ocasião, o Lagarto Esporte Clube (LEC), ficaria com o vice Campeonato. O título não veio, mas a campanha ficaria cravada na história do município. Ali estavam frente a frente, alunos de 13 a 14 anos, diante de dois representantes que merecem nosso respeito, não apenas pelo que jogaram, mas pela ética e conduta nos meios sociais.

Para solidificar o evento com honras e glórias, o título de 1998 precisava ser mencionado. A presença de Berivaldo, o Bereu Branco, preparador de goleiros da campanha vitoriosa, deu cores e tons alviverdes. No entanto, o melhor estava por vir, a emoção, as lágrimas, a euforia e o resgate histórico estavam concretizados em um único ser, Marcos Antônio.



Marquinhos, o zagueiro campeão da saga vencedora dos lagartenses, que já viveu os sabores e dissabores do futebol. Entretanto, naquele exato momento ele só conseguia ouvir os fervilhantes aplausos de jovens acalorados com o momento e fascinados com sua trajetória de luta e conquistas.

Um simples sonho, tornou-se realidade. Foi lançada em solos áridos, sementes de valorização do esporte e da cultura local. Esperamos que essas sementes possam germinar, crescer e dar frutos. Que o futebol sergipano não seja apenas utopia para essa garotada, mas que descortine-se sem a névoa do medo ou da insignificância.

É preciso acreditar em dias melhores, que as incertezas que pairam na atualidade sejam rapidamente extintas. E que as glórias que em outrora deslumbraram instigantes histórias, possam aflorar com essa juventude que aprendeu a olhar para o nosso futebol, no afã de grandes conquistas.

O Colégio Nossa Senhora da Piedade, está de parabéns por acreditar em trabalhos que rompem o tradicionalismo. E que retiram seus alunos do ostracismo intelectual, não sendo apenas coadjuvantes no ensino aprendizagem, mas construtores de suas próprias histórias.






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