segunda-feira, 26 de junho de 2017
Por: José Igor*
De opinião controversa a filosofia é definida por alguns como a arte do questionamento, do por que, do esforço racional para entender algo ou alguma coisa. Àqueles que talvez preferem a comodidade à inquietação, a veem como desnecessária ou de pouca eficácia. Entretanto, faz-se necessário, nos tempos atuais, em que somos bombardeados por informações das mais diversas naturezas, adotar uma espécie de filtro como postura, afim de sermos seletivos naquilo que exerce ou não alguma sorte de influência sobre nós, a isso chamamos de senso crítico. Nesse itinerário, a mãe de todas as ciências, se apresenta como mestra e pedagoga a fim de conduzir-nos a uma reflexão séria e verdadeira.
Longe de querer adotar uma postura “do contra”, a pratica filosófica baseia-se em questões que na sua grande maioria são ditas existenciais, ou seja, que fazem referência direta a vida, por isso incomoda tanto. Na grande maioria dos casos, ouve-se dizer que são perguntas, ditas popularmente, como sem resposta. Indagações tais como: “De onde venho?”, “Quem sou eu?”, “Para onde vou?”, são pontos de partida de uma série de suas meditações. Nos debruçaremos sobre esta última, para que pensemos: “Para onde vamos? Aonde queremos chegar?”.
Lewis Carrol, autor da obra, “Alice no país das maravilhas”, sugere através do diálogo entre Alice e o gato na floresta que reflitamos sobre o tema. Alice está perdida na floresta e ao encontrar-se com o gato questiona: “- Para onde vai dar essa estrada?”. O gato a interpela: “- Para onde você quer ir?”. Ela diz: “- Eu não sei. Eu estou perdida!”. Então o gato arremata: “- Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve!”. Este tipo de questionamento mexe com o ser humano pois leva-o a desinstalar-se e a perceber-se senhor da própria vida.
Nessa perspectiva, entende-se a vida sob a imagem de um caminho, que por sua vez é incerto, desafiador, mas que a única opção que se estabelece como solução para o problema é caminhar, mesmo com a possibilidade de errarmos o caminho. E se errarmos, qual o problema? Recomeça! Ora, ter uma meta na vida é fundamental, um objetivo para o qual se oriente todos os sentidos de nossa existência.
Indo de encontro ao proposto pela canção do Zeca pagodinho, “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”, o ser humano, que por definição antropológica é um ser que pensa e é capaz de escolha, precisa da consciência que é um ser autônomo, portanto, responsável pelo que faz, para onde vai. Ou ainda contrariando o dito popular reescrevemo-lo desta forma: “Dize-me com quem andas, que eu direi que responsável tu és.”. Aqui se esvai toda e qualquer possibilidade de predestinação, ou qualquer influência cósmica sobre a vida de cada ser. Numa palavra: Somos responsáveis por aquilo que fazemos.
Aos que se permitem navegar nas águas sempre turbulentas da incerteza, não podem jamais se eximir da pratica filosófica. Nesse ínterim, René Descartes, filosofo moderno, propõe, aquilo que se chamou de dúvida cartesiana, como princípio do conhecimento certo e indubitável. Àquilo que se apresenta como rápido, fácil e prático, duvide. Na sua obra “meditações”, o filosofo duvida da própria existência e afirma que existimos porque estamos pensando, o cogito, “Penso, logo existo”. Portanto, a dúvida é metodológica, pois é caminho tanto para a constatação, como para a refutação. Assim, podemos ter a seguridade que atravessamos um caminho certo, vislumbrando sempre a meta que queremos atingir.
Contudo, ultrapassa-se assim, a ideia que a filosofia é uma atividade sem efetividade. A reflexão exige daquele que se dispõe à mesma uma doação tal que os levem a questionar-se, questionar os outros, a vida, tudo que está a sua volta. A objetividade da vida funda-se principalmente sobre o fato de que caminha-se, busca-se não se exime da tentativa. Como bem afirma Mario Sergio Cortela, “a vida é curta demais para que a tornemos pequena, fútil, inútil”. Portanto, de olhos fixos no objetivo que se almeja, uma atitude é necessária: CAMINHAR.
José Igor, é Licenciado em Filosofia pela Faculdade Entre Rios do Piauí - FAERPI
Docente de Ensino Religioso - Colégio Nossa Senhora da Piedade - Lagarto/SE
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- Renato Araujo Chagas, graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe.
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1 comentários:
Perfeito 👏👏👏
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